Cincopes

on 24 junho 2024

POLÍTICA - CONGRESSO PROBLEMA

Tento achar uma palavra para qualificar o congresso, mas não encontro qualquer adjetivo positivo.

Posso dizer que é reacionário com suas tentativas de impedir a evolução social e política.

Moleque? Pelas atitudes de quinta série (com a devida desculpa aos estudantes).

Irresponsável? Ao não priorizar ou dar a devida atenção aos assuntos importantes ao país.

Chantagista? Por eleger presidentes que usam seu poder para chantagear o executivo e ameaçar o judiciário, além de misturar interesses paroquiais com nacionais.

Fascista? Pelas iniciativas contra uma parte significativa da sociedade.

Antidemocrático? Pela tentativa de uma minoria oprimir a maioria.

Oportunista? Por muitos usarem a casa como palco à fama e monetização do mandato.

Retrógrado? Ao tentar levar o país de volta ao século XX, quando não ao IX.

Usurário? Pela forma como usa os recursos públicos.

Sem vergonha? Pela falta de decoro na média de seus integrantes.

Hipócrita? Por dissimular seu reacionarismo e preconceito.

Antipatriótico? Pelo modo que trata os interesses nacionais.

Fariseu? Pela forma como negocia interesses.

Blasfemo? Por usar o nome de Deus de forma leviana, desrespeitosa e criminosa.

Seus defensores dirão que seus membros são eleitos e que representam a sociedade.

Eu respondo que deveria ser representativo!

Voto biônico, eleições indiretas, sublegenda, união de estados oposicionistas, divisão de estados adesistas, representação desproporcional à população, falso federalismo, territórios virando estados e criação de currais eleitorais foram alguns dos casuísmos legislativos que deformaram nosso sistema representativo para preservar a ditadura e que nunca mais foram corrigidos.

Ele é o grande entulho deixado pela ditadura.

Esse sistema permitiu o surgimento de caciques políticos e, agora, foi tomado por organizações criminosas e religiosas (às vezes, são a mesma) com controle sobre as pautas, orçamento e os membros das casas.

Para voltarmos a ter esperança, precisamos de uma reforma política que torne o parlamento representativo e proporcional ao estrato da população com homens públicos conectados à realidade do país.

Mas se o eleitor não aprender a votar, não entender que o voto no parlamento é tão ou mais importante que no executivo, sempre teremos mais do mesmo.

Sufocaremos a esperança e teremos um congresso cada vez pior.