O mercado especula quanto aos motivos que levaram ao cancelamento das superturnês de Ivete Sangalo e Ludmila e um deles seria a baixa procura pelos ingressos devido a superposição das artistas. Verídico ou não, serve de pauta para esse texto.
A administração de sua marca é importante na manutenção de seu valor de mercado e uma boa estratégia deve gerir com competência a exposição e atualização de seus conceitos e propósitos.
No caso de Ivete e Lud, ambas têm público
garantido, competência, talento e estão expostas
diariamente redes sociais e na mídia, de shows às fofocas, passando
por notícias, músicas, ação de fãs clubes, propaganda, só porque foram à praia
ou qualquer outro motivo.
Sob meu ponto de vista e sujeito ao
contraditório, enquanto outros artistas se reinventam e se posicionam com atitude,
Ivete e Lud têm apresentado sempre mais do mesmo.
Quem vai aos shows conhece as expressões, palavras
de ordem, pulos, danças e movimentos de ambas no palco, reconhecem seus
figurinos e quem foi a um, foi a todos os seus espetáculos.
Num país como o Brasil, o investimento em um show ao vivo precisa motivar a presença do público, tanto pelo custo quanto pela
logística. Não basta gostar, ser fã ou ter curiosidade.
Por que pagar caro para um show se ambas estão em qualquer micareta, festa de
rodeio, aniversário de cidade ou trio elétrico pelo Brasil inteiro? E muitas
vezes em shows gratuitos.
Titãs, Skank e Caetano Veloso fizeram turnês de sucesso anunciando o final do grupo ou último
show ao vivo de suas carreiras. Quem viu, viu. Quem não viu, não verá mais.
Artistas internacionais criam um frisson porque pode não haver outra
oportunidade.
Alguém consegue imaginar uma novidade que justificasse o nome de superturnê e
merecesse o engajamento do público, por mais apaixonado que seja o fã de ambas?
Não é particularidade delas, é um risco presente
na carreira de muitos artistas. Humoristas celebridades
são exemplo de fases. Por alguns meses, aproveitam a superexposição anunciando
de picolé à cartões de crédito e depois se retraem, tanto por decisão pessoal
quanto dos anunciantes. Houve a fase do Porchat, da Tatá, do Adnet, do Porta
dos Fundos e outros.
Artistas precisam pensar em estratégia de exposição, cronogramas
de apresentações, roteiros pelo país
e novidades que motivem o público.
Só lacrar nas redes não motiva a presença.
Tentei contratar uma banda de rock nacional para
um show patrocinado por um cliente e
recusaram, tinham como regra voltar ao
estado apenas após seis a oito meses e em cidades distantes no mínimo 200km da
última apresentação.
A preocupação
com a exposição deve estar presente no planejamento de sua marca.
Assim como marcas de luxo tem comunicação focada nos clientes de alto poder
aquisitivo que não pagam o valor do produto, mas o da marca, você precisa criar
um relacionamento em que o valor
tenha peso importante na decisão do
cliente se manter fiel a você.
Seu cliente deve se sentir único, ter políticas exclusivas
e personalizadas como as do mercado
de luxo.
O local, ambiente, momento, contexto, forma, objetivo
e o produto âncora devem ser avaliados
criteriosamente dentro da proposta estratégica.
A superexposição sem critérios pode levar à depreciação do seu maior ativo, sua
marca.
E você, administra a exposição de sua marca com a devida cautela?
Ela está conectada
com os interesses de seu público?
Tem envolvimento
e vínculo com a vida do cliente?
Tem a respeitabilidade
que você imagina?
Sua marca está na mente do consumidor?
Nunca é tarde para avaliar sua estratégia ou iniciar o planejamento e implantação de uma.
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