Cincopes

on 19 fevereiro 2024

POLÍTICA - NADA É COMO ANTES

Em 2023, o início da queda da taxa de juros, inflação abaixo da meta e PIB três vezes maior que o esperado surpreendeu a todos e trouxe novidades que merecem a atenção dos gestores.

O setor bancário, com alta imunidade às crises e ainda sem prejuízo, apresenta uma nova realidade. Os bancos descobriram que as condições para o lucro já não são mais as mesmas.

Os cinco maiores bancos apresentaram um lucro de R$ 100 bilhões, não superando 2022 devido ao Bradesco. Para um 2023 que começou cheio de dúvidas, problemas nas grandes do varejo, risco na qualidade do crédito, incertezas políticas, ameaças à estabilidade institucional, realinhamento do orçamento público e elevado número de recuperações judiciais, o resultado é excelente.

A visão geral do setor financeiro também é boa quando comparada com o lucro de empresas fabris, industriais e de serviços.

Como comparação, esse lucro total é 30% maior que todo o investimento do governo federal em 2023 (R$ 78bilhões) ou mais que o dobro do previsto para 2024 (R$ 59 bilhões) para atender 215 milhões de habitantes. É um lucro de quase R$275 milhões/dia.

E a gente acha que ganha dinheiro numa mega acumulada!

Nada mal, não é? Pra nós!

O pessoal da Febraban diz que “o pior já passou” porque o lucro médio do setor foi de “apenas” 11% ante os 20% históricos. NENHUMA empresa cresce seu lucro 20% ao ano.

Mas, de perto, vimos que o dinheiro é uma commodittie que não tem mais gestão uniforme.

Santander (R$ 9,4bi/-21%) e Bradesco (R$ 16,3bi/-21%), mesmo com os juros elevados, tiveram um desempenho aquém do esperado.

Banco do Brasil (R$ 35,6bi/11,4%) e Itaú (R$ 35,6bi/21%) tiveram lucros bem maiores que seus concorrentes e com uma rentabilidade acima da média.

O maior sucesso foi o Banco do Brasil que mostrou que era exagerado o temor à gestão sob o novo governo.

A surpresa é o BTG Pactual (R$ 10,4bi/25,4%), banco de investimento que entrou no top five, superando o gigante Santander, que deve perder a posição quando a CEF anunciar seu resultado.

Apesar dos percalços anunciados e outros vividos como as crises da Americanas, Marisa, Tok Stok e Casas Bahia e as quedas importantes nos papeis da Alpargatas, Pão de Açúcar, Magazine Luiza, Renner e Casas Bahia, os bancos ganharam muito dinheiro.

E o que mostra esse quadro?

Pouco vale tecnologia, um produto que todos querem, novidades e investimento massivo em marketing se não houver uma mentalidade que perceba para onde o mundo está indo.

Os bancos anunciaram algumas mudanças a serem implantadas. Investir em TI, menos níveis hierárquicos, estrutura organizacional ágil e fluida, qualificar pessoal, melhorar estratégias de relacionamento e reposicionamento no mercado estão entre as propostas para retomar a rentabilidade.

Ser grande, ter muitas agências ou filiais, expandir sem estratégia, forte presença on line, investir em marketing e vender um produto com grande aceitação não garantem o sucesso.

Seja grande, médio ou pequeno, com recursos ou não, tudo se resume em gestão, estratégia e investimentos em tecnologia.

Nada será como antes?

Nada é como antes!

E você, como está se preparando para viver o presente e agir no futuro?