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on 24 abril 2024

PLANEJAMENTO - ECONOMIA COMPARTILHADA

 

”As coisas que importam na vida não são mais coisas, são outras pessoas. São relacionamentos. É a experiência”, Brian Ckesky, CEO do Airbnb

O Século XX foi da competição. O Século XXI é da cooperação.

O impulso à economia compartilhada ou colaborativa aconteceu durante a crise mundial de 2008, e explodiu com a pandemia do Covid19, a partir de 2020, facilitada pela tecnologia.

As preocupações ambientais, a recessão global, as tecnologias, redes sociais e a redefinição do sentido de comunidade mostraram que o sistema chegou a um limite, impulsionando o modelo econômico baseado em nova mentalidade de consumo e estilo de vida.

Mesmo que reticentes e céticos neguem alguns desses problemas, seríamos ingênuos se não percebermos que essas mudanças influenciaram novos hábitos de vida.

O consumismo deu lugar ao 5R - reduza, reuse, recicle, repare e redistribua, uma mudança iniciada pelos millenials, confiantes de que a consciência solidária mudará o mundo.

A Geração Z levou a outro patamar, revolucionando conceitos de vida.

O que nos reserva a Geração Alfa?

A economia compartilhada é praticada há anos, principalmente no setor de serviços. Conhecemos há muito tempo o aluguel de roupas, equipamentos de vídeo, veículos e até hospedagem, que conheci em Antônio Prado, cidade histórica da serra gaúcha onde os turistas eram acomodados na casa dos moradores pela falta de infraestrutura hoteleira.

A economia compartilhada cria valor em várias esferas – movimenta recursos ociosos, gera renda, reduz custos de produção, incentiva o empreendedorismo, fomenta a inovação em modelos de negócios, conecta pessoas, vendedores e compradores e reduz sensivelmente os custos de transação, evitando que paguemos pelo que não usamos.

 A economia colaborativa permite suprir necessidades e desejos com baixo custo ao substituir a posse pelo uso do bem e remunerar o benefício e não o produto..

O foco dos negócios e a comunicação mudaram drasticamente. As principais estratégias competitivas: liderança de custos, diferenciação e foco passaram a ser usadas quase que simultaneamente porque as pessoas buscam experiência social. A qualidade, durabilidade do bem e a reputação da marca têm importância e a personalização torna a experiência marcante, gerando um valor que não tem preço.

A economia do compartilhamento é um modelo econômico e social que está mudando não só o modo como entendemos oferta e demanda e a nossa relação com os bens materiais, mas também nossas relações pessoais e a visão de mundo das pessoas.

A economia compartilhada se divide em alguns formatos extremamente rentáveis.

Redistribuição: usando os conceitos reduzir, reusar, reciclar, reparar e redistribuir, realocando bens com pouco ou sem uso em áreas rentáveis, como trocas online ou brechós, por exemplo.

Lifestyle colaborativo: comunidades compartilhando serviços, habilidades, espaço, bens ou o próprio tempo, como coworking e páginas web com conteúdo profissional, por exemplo.

Acesso a produtos e serviços: locação por temporada ou período de tempo, assinaturas, cloud machine e serviços SaaS, por exemplo.

Independente da forma, esses ecossistemas só são possíveis com a tecnologia pela necessidade de rapidez, segurança, atualização e disponibilidade.

Segundo a PWC, a economia compartilhada deve gerar uma receita anual de US$ 335 bilhões em 2025, no mundo. No Brasil, esse modelo deve superar 30% do PIB do setor de serviços nos próximos 3 anos.

A economia compartilhada abriu a porta para a economia recorrente, mas isso é para outro texto.