Cincopes

on 01 abril 2024

POLÍTICA - ANIMAL POLÍTICO

 “O homem é, por natureza, um animal político”, Aristóteles.

Esse conceito de Aristóteles define que o homem precisa viver em comunidade e encontra a felicidade na justa medida de seus anseios e no meio termo de suas decisões/ações. Ele é parte da polis, importante, mas não o mais importante.

Não há como aprovar todas as atitudes de Lula, mas temos que reconhecer que ele se move com a desenvoltura de um felino e é o estereótipo do homem social de Aristóteles.

Seja nos extremos ou no meio, na fé de lá e de cá, nas cores de qualquer espectro, Lula tem um feeling para governar como poucos. É o último exemplar de uma linhagem que viveu a política da negociação, boa ou duvidosa, e isso causa estranheza aos novos players ideológicos, teológicos e fisiológicos da atual safra de políticos.

Nossas críticas sempre são fruto de nosso pensamento e em nosso proveito. Apesar de muitas serem justas em relação às suas decisões e manifestações, não somos maioria e nem temos a melhor solução para todos os assuntos.

O presidente nunca agradará totalmente a esquerda, como nunca atenderá plenamente a direita, se ajusta sabendo que sua eleição não foi uma vitória da esquerda, foi da democracia.

Quando reluta em afagar os evangélicos, pensa nos quase 80% da população de outras crenças.

Quando não pressiona como deveria os militares, pensa na direita racional que está órfã de lideranças confiáveis.

Quando libera recursos para o agro, que o tem como inimigo, lembra do país.

Quando toma atitudes dúbias no campo internacional, pensa na geopolítica e fornecedores importantes em óleo, gás e fertilizantes.

Quando confronta o mercado, pensa na paz social.

Quando afaga o mercado, pensa na economia.

Lula nunca liderará um governo de extremos consciente de que o bom senso está no meio, mesmo que ocasionalmente tenha que dar uma no cravo e outra na ferradura.

Lula tem uma consciência que todo o governante deveria ter, é presidente de TODOS os brasileiros.

Haverá o momento em que terá de escolher batalhas inevitáveis e radicalizar.

Falhou gravemente ao incentivar o esquecimento de crimes contra a Pátria. Manter golpistas a salvo e tramando não é conciliação e nem afasta nuvens perigosas de nosso céu azul anil.

Ele não pode esquecer que o país precisa dessa limpeza de alma para consolidar nossa democracia e seguir em paz, seguro, sem precisar dormir com um olho aberto.

Dane-se se doer em quem merece sentir dor.

Lula ficou devendo essa à nação.