Política e comunicação andam juntas, são igualmente simples, complexas e altamente manipuláveis.
A política é pura atitude e ação,
muitas vezes para não mudar, mas faz parte do jogo.
Comunicação é expressão e
atitude.
Ambas são interdependentes apesar de estarem em lados opostos. A política usa a comunicação para difundir e ludibriar. A política é matéria prima da comunicação.
As redes sociais tentaram ser um
espaço democrático à liberdade de expressão, mas foram tomadas por
manipuladores, algoritmos e robôs que distorcem a realidade. Nas ondas da web, transborda
irresponsabilidade, sobra expressão, falta liberdade.
Esses são alguns dados da União Internacional de Telecomunicações
sobre o mercado de internet brasileiro para entendermos em que campo se dá a luta pela verdade.
No Brasil, 86,6% da população tem acesso à internet, mas 30% é limitada (pré-pago). A precária
cobertura, o número de celulares (1,2), notebooks e desktops (1,7) por habitante, enquanto 15% da população e mais de 30%
das residências está off line, sem fixa ou móvel, mostram uma distorção na
universalização e representam um percentual elevado de usuários fakes.
Essa estrutura é usada pelos políticos e extremistas
ideológicos e religiosos para a manipulação
da informação e manutenção das forças que os financiam no anonimato.
Um grande avanço seria a imprensa ser mais cuidadosa e só
publicar após conferir a informação.
A pressa pelo furo, agora vivemos a época dos “bastidores”, acaba ajudando a dar credibilidade à mentira, a ilusão e às promessas vazias.
São exemplo as manifestações dos
políticos e agentes públicos durante a tragédia no Rio Grande do Sul, tergiversam,
mentem e omitem tentando esconder
sua culpa.
Os repórteres dão um show na
cobertura das consequências, mostrando com sobriedade os estragos, a dor, a
solidariedade e a esperança. Passado o olho do furacão, espero cobertura isenta e completa das responsabilidades.
A imprensa precisar voltar às origens,
investigar, aprofundar temas, esclarecer e publicar a verdade. Abandonar pautas
de release, notas plantadas, fontes manipuladoras e ir às ruas, ver
além dos gabinetes e aferir o resultado
de cada ação política. Sua presença nos salões do poder deve ser para confrontar,
inquirir, questionar e ouvir o outro lado.
O político é o porta-voz da sociedade para buscar soluções para seus
problemas. Política é a arte de articular, compor e negociar para governar e
realizar.
A sociedade precisa superar a anomia, aglutinar forças e superar a
tentativa de cisão que extremistas tentam criar no país, baseada no preconceito
e na mentira.
Nossos problemas estão na falta
de ação da cidadania e só mais política
participativa resolverá. A passividade
da sociedade é estímulo à ação sem pudor ou vergonha dos políticos.
Mobilização não é a
tentativa de explosão de caminhões de combustíveis, ridículos acampamentos
junto aos quartéis, orar para alienígenas e pneus, venerar covardes, financiar
sacripantas, mitar traidores ou a ridícula e golpista manifestação do triste 8
de janeiro de 2023.
É unir propósitos, agir em grupos, invadir legitimamente os partidos, participar de movimentos sociais, atuar na participação popular, fiscalizar os
poderes e votar com consciência.
O país tem três poderes
legítimos (executivo, legislativo e judiciário),
o quarto poder (imprensa) que precisa
ser mais público, menos político e comercial e o quinto poder (crime), inescrupuloso e corrupto que se
infiltra e manipula todos os outros.
Só avançaremos como sociedade com cada um em seu lugar, rua, palácios, bancas ou cadeia.
Seja São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, ou a deusa da verdade, Alethea, verdade, justiça e harmonia sempre andaram juntas, uma não existe sem a outra.
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