Esse Dia da Infantaria é diferente de todos os outros.
Tenho lutado nas redes sociais com detratores e traidores do Exército, além de idiotas completamente sem noção. Me meto em rusgas ao responder comentários ridículos e estúpidos que se misturam a posts mentirosos e cobranças de missão já cumprida. E pior, encontro “milicos” entre essa horda de malucos.
Milico é um termo que um amigo
general usava para diferenciar os
militares profissionais dos carreiristas e rabos de turma oportunistas, que
usam a farda para benefício pessoal. Adotei porque acho uma expressão pejorativa adequada.
O Exército faz um trabalho
magistral no atendimento à população do Rio Grande do Sul. Desde a primeira
hora, as unidades se mobilizaram em
sua área de responsabilidade ou se deslocaram para outros pontos da tragédia.
Atenderam de pronto ao grito de socorro,
sem necessidade de convocação, como já fizeram em outras oportunidades e sito o
exemplo da tragédia da boate Kiss, em 2013, em Santa Maria, a cheia do Vale do
Taquari, ano passado, ou tantas outras menores na forma de socorro emergencial
ou ACISO (Ação Cívico Social) em apoio à comunidades.
Aos cerca de 20 mil militares no
Estado, se juntaram militares da Marinha, da Aeronáutica e, em poucos dias,
chegaram reforços de efetivo,
viaturas e equipamentos de outros estados.
Antes de reclamar e acusar, pense se é possível estar presente em todo o
estado e ajudar mais de 2 milhões de atingidos e providenciar infraestrutura de
emergência sem o apoio de voluntários.
A população precisa ser informada sobre o papel e participação social
e comunitária das Forças Armadas e,
talvez, seja oportuno um mea culpa quanto a sua responsabilidade nesse desconhecimento, muito devido ao corporativismo
e hermetismo.
É preciso um movimento coordenado
para posicionar melhor a instituição no terreno, coberta, abrigada e com
transparência segura para aproximar sua imagem projetada da percebida pela opinião pública. Valores e princípios
são imutáveis, mas a forma, o
contexto e o ambiente forçam o combatente a se adaptar ao TO.
Defesa Nacional deve ser discussão
pública com organizações sociais, academia, poder econômico e político, como
forma de criar uma força anímica em defesa das FFAA e do país. Podíamos
realizar, aos moldes de Portugal, o Dia
da Defesa Nacional, abrindo unidades aos jovens e população para mostrar seu
dia a dia e debater necessidades e temas de interesse. Mostrar que nosso
Exécito não é apenas uma força de combate e dissuasão, mas também importante braço social e comunitário do Estado.
A instituição tem suas idiossincrasias
e, como qualquer entidade pública formada por seres humano, não é imune às
críticas, como as que eventualmente faço. O debate será produtivo se os dois lados se conhecerem melhor e
evoluir para o diálogo, uma arma
contra a manipulação criminosa da opinião pública.
Na parte econômica, mostrar
sem pudor sua participação no
desenvolvimento da indústria nacional, da bélica à saúde, passando por
tecnologia, infraestrutura, logística até aeroespacial.
Na social, o papel que uma
unidade representa para muitos municípios e microrregiões gerando empregos e
criando arranjos produtivos locais
para atender suas demandas. Além da massa salarial, cria rede de fornecedores e
consome combustíveis, alimentação, segurança, peças, manutenção, suprimentos,
presta apoio comunitário e tantos outros. Em alguns casos, a retirada da OM pode
significar o caos econômico para o
município.
Nesse 24 de maio, Dia da Infantaria, reverencio
a Força inteira por seu papel na minha vida e da minha família, por estar
presente nas horas necessárias em qualquer recanto do país e pelo legado do
espírito combatente, solidário, leal, cívico e cidadão do brasileiro fardado a milhares de jovens, anualmente.
Esta foto é uma montagem com meu pai de um caminhar que não conseguimos
dar. O sargento Bill foi o maior infante que conheci, e olha que encontrei
muitos combatentes de escol, não só de infantaria.
A minha continência, Cabo Velho, como carinhosamente o chamava!
Um abraço, meu pai!
Infantaria! Selva!
2 comentários
Não vi nem uma menção ao crime de perfídia que levou as senhoras de Bíblia na mão das mulheres e homens que estavam ali acampados que levaram condenação de décadas de reclusão, nem mesmo uma linha apontando os calhordas e covardes melancias 🤷♂️
Ao menos à estes alguma crítica.
O Pai deve estar envergonhado do filho, certamente
Mimimi tão sem noção que faz anônimo, envergonhado de seu proceder, como diria o grande Bezerra da Silva. As "senhoras" pagaram por sua ingenuidade, ignorância e falta de patriotismo.
Respeito o legado militar e cidadão que recebi e compartilho com filhos e netos.
Se não conhece a lei, não desce pro play.
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