“O voluntariado é sempre extrovertido, o coração aberto, a mão estendida, as pernas prontas para partir. Sair para conhecer e sair para dar”, Papa Francisco
Em momentos
de crise, os fatos nos atropelam e fazemos tristes descobertas. A natureza é
implacável, água faz mais do que molhar e matar a sede e o mundo tem gente boa
e ruim.
E nosso
Porto já não está muito Alegre, mas se revela solidário e forte, graças ao voluntário,
a mão amiga e a força altiva numa só solidariedade.
O
voluntário é a face oculta dos influencers
e marqueteiros da tragédia.
Ele está em Porto Alegre, na região metropolitana, no vale do Taquari, na serra, zona sul, alto Uruguai, vale do Rio Pardo, planalto ou fronteira. Corre entre caixas, arruma pacotes, está atrás de fogões, pilotando botes, higienizando doações, num rapel em helicópteros, ao lado de uma maca, abraçando desesperados, carregando idosos, distraindo crianças, aquecendo corações, sendo a esperança dos desesperançados.
Eles são milhares,
com farda ou a paisana, vivem a empatia, transbordam sentimentos.
Todos terão
lembranças dolorosas, afetivas e emocionantes desse pesadelo e uma lição comum:
sairão melhores como pessoas e cidadãos.
O
voluntariado é uma forma de crescer, evoluir, mudar a si mesmo através do
aprendizado no contato com novas pessoas e realidade.
O
voluntário não está preocupado com redes sociais, não quer mudar o mundo. Seu
foco é ajudar os outros a superar a dor com uma voz amiga, abraço caloroso, respeito
e gentileza.
Sabe que provocará
gratidão, mas não é a ele que ela impacta. O mundo será melhor com amor e
conexões mais humanas.
É ver na
história triste de seus irmãos o quanto sua vida é abençoada e agradecer.
O
voluntário não tem cor, credo, gênero, classe. Ele é apenas um sentimento que
ajuda no renascer, desconstrói o medo e estende a mão.
Trabalho
voluntário não é para comuns, lacradores e exibicionistas.
Voluntariado
é abnegação, superação, anônimo e um remédio que ao ajudar a cura do outro, tem
o efeito colateral de alimentar nossa alma com amor.
Você deixa
de ser quem pensa que é e se torna o que realmente é. Ele mostra que há algo
mais nessa vida, é uma poesia que nos inspira a ser mais humanos.
É um trabalho tão incrível que não podemos praticar só em situações
emergenciais.
Pense nas milhões de voluntários conectando pessoas e organismos de
ajuda, doando livros, preparando remédios, doando seu tempo a pessoas ou causas
em campos de refugiados, institutos, ONGs, cozinhas solidárias, hospitais de
campanha, em qualquer lugar do mundo.
Não é sobre lição de moral, é decidir o que fazer com o seu tempo numa
escolha sábia.
Muitos estão ali pelas pessoas, sem olhar a causa. É lindo demais ver
gente sonhando junto para melhorar a vida do outro, colocando as mãos e o
coração naquilo que acreditam.
Você encontra o seu propósito de vida ao descobrir e se dedicar a algo
que te toca.
Olhe para os lados, fique atento às dores do mundo. Há muito o que fazer
pela dignidade dos seres humanos, dos animais e da natureza.
O trabalho voluntário tem mais a ver com dignidade do que com caridade.
Graças aos voluntários, Porto Alegre se mostra forte, unida e solidária.
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